segunda-feira, 27 de junho de 2011

Direitos da gestante segundo a OMS


1 - Receber informações sobre gravidez e tipos de parto e escolher o parto que deseja;
2 - Conhecer os procedimentos rotineiros do parto e motivos para uma cesárea;
3 - Não se submeter a tricotomia (raspagem dos pelos) e enema (lavagem intestinal) caso não desejar;
4 - Recusar a indução (estimulação artificial do parto com medicações) ou condução do parto(introdução de medicações durante o trabalho de parto para acelerar)  feita por conveniência e não por necessidade;
5 - Não se submeter a ruptura artificial da bolsa sem necessidade ou vontade;
6 - Escolher a posição que mais lhe convier durante o trabalho de parto e o parto: para isso é importante treinar no pré-natal as possibilidades, saber das vantegens de cada uma e durante o trabalho de parto experimentar aquelas que desejar
7 - Não se submeter a episiotomia sem indicação precisa
8 - Não se submeter a uma CESÁREA sem a necessidade real para a mãe ou para o bebê. Durante o pré-natal ela deverá ser informada das REAIS necessidades de uma cesárea no momento do parto e poderá solicitar segunda opinião no momento do parto para outro obstetra caso houver tempo hábil para tal.
9 - Receber e amamentar seu bebê, se sadio, em seus braços imediatamente após o parto independente se o nascimento ocorrer por parto normal ou por ceareana, sob supervisão do pediatra ou outro profissional gabaritado;
10 - Ficar junto ao seu bebê em todos os momentos após o parto. Nesse caso há a necessidade da recepção do bebê na própria sala de parto/cesárea e o bebê deve ser conduzido junto à mãe para o quarto. No caso do parto em quarto adaptado para o parto, o bebê deverá ficar todo o tempo com a mãe ou a mãe ser conduzida em conjunto pata acompanhar procedimentos como banho, pesagem, medida, etc.

Obs: recomenda-se que a gestante além do acompanhamento com o obstetra tenha  a possibilidade de realizar curso abrangendo os temas em questão e ao final do curso formule o seu PLANO DE PARTO.

O que é parto na água?

O parto na água se caracteriza quando a mãe dá a luz com os genitais totalmente cobertos de água. 

A mãe fica dentro de uma banheira acompanhada ou não pelo pai que também pode entrar na banheira e apoiar a mulher, como no parto de cócoras.

A água pode cobrir toda a barriga e deve estar numa temperatura favorável ao momento do parto, próxima à temperatura corpórea materna (entre 30 a 35ºC). 

A água morna deixa a parturiente relaxada e alivia as dores das contrações, provocando vasodilatação e consequente aumento da irrigação sanguínea da mãe, diminuição da pressão arterial, além do relaxamento muscular.

Em comparação ao parto natural fora da água, este parto é menos doloroso para a mãe, apesar de algumas vezes ser mais lento, além de ser mais tranqüilo para o bebê. Ele sai de um meio líquido e quente para outro meio líquido e quente, havendo uma transição mais lenta para o mundo externo.

Esse tipo de parto não é recomendado em trabalho de parto prematuro, presença de mecônio, sofrimento fetal, mulheres com sangramento excessivo, diabetes, HIV positivo, Hepatite-B, Herpes Genital ativo, bebês com mais de 4500g ou que precisem de monitoramento contínuo ou outros cuidados.


"Doutor, parto na água é o mesmo que parto humanizado?"

A resposta é NÃO! Parto Humanizado é a metodologia aceita na comunidade científica atual baseada em evidências científicas. No parto humanizados são respeitados todos os preceitos da Medicina Baseada em Evidências, associados à Humanização do atendimento e ao Protagonismo Feminino em relação às suas escolhas e possibilidades. Se dentre as suas escolhas estiver o parto na água, então ele está dentro da metodologia do parto humanizado. 

"Em 2009 foi publicada uma revisão sistemática disponível na Biblioteca Cochrane avaliando a imersão em água durante o primeiro e o segundo estágios do parto (dilatação e expulsão, respectivamente). Foram incluídos 12 ensaios clínicos randomizados (ECR), três dos quais avaliaram a imersão em água durante o período expulsivo. Um total de 3243 mulheres foram analisadas. Nos ECR avaliando a imersão em água durante a fase de dilatação, observou-se significativa redução da dor e decréscimo da necessidade de analgesia farmacológica (peridural ou combinada), além de menor duração do primeiro estágio do parto (menos 32 minutos em média).   Nenhum efeito adverso materno ou perinatal e neonatal foi observado. Os autores da revisão Cochrane sugerem que as mulheres devem ser informadas dos efeitos benéficos da imersão em água durante o primeiro estágio do parto e tanto obstetrizes como outros profissionais que prestam assistência ao parto podem recomendar a imersão em água como estratégia para redução da dor durante o trabalho de parto" - trecho retirado do blog "Estuda Melania, estuda - http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/09/estudando-sobre-parto-na-agua.html